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sexta-feira, 6 de abril de 2012

A aldeia que mata os seus mortos

Imagem do príncipe romeno Vlad Tepes que ficou conhecido por Drácula


No sul da Romênia, por terras de Drácula, ainda há quem espete estacas no coração dos cadáveres, não vão eles querer voltar a este mundo como vampiros. 

Amarastii de Sus é uma aldeia árida da Oltênia [região do sul da Romênia], construída, como qualquer outra aldeia das planícies, em redor de uma longa rua central, ladeada de casas cuidadas e algumas tabernas barulhentas.

Porém, a tranquilidade da aldeia é perturbada por uma tradição ancestral: "matar" os mortos antes que se tornem "moroi" (assombrações) e voltem para apavorar os seus entes queridos.

Todos os mortos de Amarastii são "preventivamente" espetados no coração ou no estômago, com espetos levados ao rubro, pois assim "não saem dos seus túmulos". 

Diz-se que, por vezes, após a morte, a alma do falecido não se contenta em ser chorada durante 40 dias, ou em beber um copo de água ou de vinho deixado pela família no peitoril da janela. Por vezes, dizem os moradores, o espírito sai do túmulo e torna-se um fantasma.

Seis semanas de espera

A  vox populi diz que é durante as primeiras seis semanas após o funeral que se vê se o morto passou a ser ou não um "moroi". 

Durante esse período, se o seu coração não for espetado, ele volta à noite e seca o leite às vacas, tira o vigor aos homens, provoca granizo ou seca e pode ir mesmo ao ponto de se "alimentar da sua própria família", isto é, levar consigo aqueles com quem tem laços de sangue. 

Se um parente ouve um morto chamá-lo, não deve nunca responder, porque perde pelo menos a voz. Se o morto não der sinais de vida durante 40 dias, então a família pode dormir sossegada.

Fonte: Expresso

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