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domingo, 29 de agosto de 2010

O dia 20 de janeiro de 1996 mudou a história de Varginha para sempre.

No início da semana passada, a Aeronáutica publicou uma portaria que determina como a instituição deve agir no caso de algum piloto avistar um Ovni (Objeto Voador Não Identificado).

De acordo com a medida, a partir de agora os registros devem seguir para o Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica (Cendoc) e, logo depois, para o Arquivo Nacional.

Com esta decisão, a Aeronáutica e o governo iniciam um novo ciclo de transparência nas informações relacionadas ao assunto, que poderão ser analisadas a qualquer momento por especialistas e pessoas comuns.

Quando se fala de ufologia, nenhum registro é tão famoso no Brasil como o "Caso ET de Varginha". Em 20 de janeiro de 1996, a história do município, no sul de Minas Gerais, mudou para sempre.

Nesse dia, supostos extraterrestres teriam sido avistados por moradores da cidade. A série de eventos que se seguiram depois disso ajudaram a tornar o Caso ET de Varginha um dos mais importantes da ufologia em todo o mundo, e o caso número 1 do Brasil.

Ficção ou não, a história ganhou repercussão internacional e Varginha passou a ser conhecida como a "Cidade do ET".

Virou tema de reportagens de programas de televisão e de revistas especializadas em todo o mundo.

Mas, depois de tanto tempo, o tema ainda é motivo de polêmica e dúvidas para muitos. Afinal, o Caso ET de Varginha foi verdade ou não?

 

Segundo o ufólogo Ubirajara Rodrigues, que acompanhou todos os acontecimentos, não há nada de concreto em toda a história da ufologia e o Caso ET de Varginha não é diferente.

"Após mais de 60 anos de investigações, o máximo que conseguimos na Ufologia foi a compilação de casos, com a coleta de relatos.

O Caso ET de Varginha mostra que os principais eventos ocorreram, mas não há nada de concreto que demonstre terem por participação o que convencionou se chamar de ´ET', porque simplesmente não há prova de que extraterrestres existem e muito menos de que eles nos venham visitar", explica.

Mas, embora não se possa ter certeza sobre quem foram as criaturas protagonistas dessa história, Ubiraraja Rodrigues é taxativo.

"O caso, ou seja, todos os eventos, aconteceram mesmo. Porém, estamos fazendo uma profunda e calma reavaliação de tudo, para estudarmos seus aspectos psíquicos e sociais, com relação ao seu surgimento e os detalhes do seu contexto", afirma o ufólogo.

Verdade ou não, segundo Ubirajara Rodrigues, o Caso ET de Varginha se tornou o segundo caso de maior repercussão na história da ufologia em todo o mundo.

Ficaria atrás apenas do Caso Roswell, acontecido em julho de 1947, quando um suposto Ovni teria caído na localidade do Estado do Novo México, nos Estados Unidos.

14 anos depois

Após 14 anos, o ET de Varginha é presença obrigatória nas ruas do município. Os pontos de ônibus são temáticos. A caixa d´água também.

 

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Ela é em forma de nave e de longe parece sobrevoar a cidade. No comércio não faltam chaveiros, estatuetas, cartões postais e outras lembranças do ET. Hotéis, postos de combustíveis e lojas usaram ou usam o tema como decoração.

Mas será que o fato da cidade ter ficado conhecida por um caso, no mínimo, "duvidoso" traz orgulho ou vergonha para os moradores?

Para o funcionário público Alexandre Germano, a história é muito complexa, mas alguma coisa aconteceu.

"Eu acho que alguma coisa é verdade. Tem as meninas que viram o ET, tem o zoológico em que morreram animais sem explicação, tem o policial que morreu, e mais um tanto de variáveis", conta.

A mesma opinião tem Francisca Honorato Leopoldino, auxiliar de serviços gerais.

“Eu conhecia uma das meninas. Na época conversei muito com a mãe dela. Depois do que ela contou passei a acreditar”.

Toda as pessoas ouvidas pela reportagem do EPTV.com concordam em um ponto: a exposição do nome de Varginha para todo o mundo beneficiou o turismo.

"Isso foi bom para nossa região porque tornou ela conhecida, o que sempre atrai mais turistas", diz a estudante Luciana Cardoso, moradora de Passos, em Minas.

Para o turismólogo da Prefeitura de Varginha, Vinícius Amantéa Campos, o turismo vive de ilusões, de atender expectativas e vender sonhos. Por isso, para ele, o caso faz com que Varginha viva seu melhor momento no turismo.

"O fato do ET ser duvidoso, não é de responsabilidade da gestão do turismo municipal. A nossa responsabilidade é utilizar desse fato, deste potencial, e trazer o turismo para Varginha, que por sua vez irá proporcionar emprego, renda e oportunidades para todos", explica o especialista.

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